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Comportamento| Marcar território é um comportamento normal tanto em cães como em cadelas embora seja dos hábitos mais desagradáveis com que temos de lidar quando temos em casa um dos nossos melhores amigos. Um pouco de urina aqui, um pouco de urina ali e de repente já não reconhecemos nós próprios o cheiro da nossa casa.
A maior parte das vezes, um cão marca casas alheias porque ali também vivem outros cães que já urinaram antes. Por um lado, trata-se de um comportamento territorial do cão, que quer marcar esse meio novo para si, mas que lhe parece interessante. No entanto, por vezes não passa de uma provocação, um gesto dominante para com outros animais presentes.
Alguns cães especialmente descarados olham até em redor e parecer procurar ter a certeza de que toda a gente está a observar o seu comportamento.
"Só os machos é que marcam território"
Esta afirmação não corresponde à verdade. Tende a ser um comportamento tipicamente observável em machos, mas também pode ser observado em fêmeas e em cães castrados. A marcação de território tem inicio na puberdade, com a maturidade sexual, e serve para deixar avisos de navegação a outros cães visitantes do mesmo espaço. Os cães que cheirarem responderão à mensagem com urina.
Também existem fêmeas que marcam conscientemente com o seu odos, e quando o fazem, deslocam para a frente uma pata traseira. Estas cadelas por vezes aplicam o seu cheiro na presença de outros cães de uma forma claramente provocatória, para reafirmar a sua posição.
Uma larga maioria dos cães prefere marcar território na rua, onde os cheiros dos outros são mais frequentes e intensos, mas também há os que marcam dentro de casa. São vários os motivos que podem levar um cão a marcar território dentro de casa: o ambiente onde vive, a sua posição hierárquica ou a presença de alguns animais. Este é um comportamento adoptável quando eles sentem novos cheiros ou como sinal de que existem cães por perto. Há cães que marcam sítios que não lhes são familiares - a clínica veterinária, a loja de animais, a nova residência.
Em habitações com mais que um animal, o início repentino de marcação de território com urina pode corresponder a uma mudança na hierarquia entre os cães. Existem, claramente, sinais denunciatórios e devemos tê-los todos em consideração: se passaram a evitarem-se uns aos outros, a ameaçarem-se ou mesmo lutarem entre eles. Quando existe uma alteração na rotina do dono (chegada de um bebé, um cão) ou mudança nos passeios ou outros hábitos enraizados, o cão movido pela ansiedade pode começar a urinar.
Devemos conseguir diferenciar entre o que é marcar território e o que é um sinal de possível doença. Urinar em casa nem sempre significa marcar território. É muito importante que se compreenda as motivações subjacentes para que o seu cão tenha o devido acompanhamento. Caso o seu animal comece a urinar demasiado,e fora do lugar, a beber mais água que o normal deve informar o seu profissional veterinário para fazer o despiste de doenças como cistites, insuficiência renal, diabetes ou doenças hormonais. Nos cães idosos deixar de fazer xixi no lugar de sempre pode ser justificado pela alteração de funções cognitivas devido à sua velhice.
É importante que repare onde costuma encontrar urina. A marcação de território costuma encontrar-se em superfícies verticais e com pouca urina. Grande quantidade fora do sítio demonstra que o animal não foi à rua ou que tem problemas de ansiedade ou outra doença.
Ainda que eles gostem de marcar sítios diferentes da casa, a tendência é para o criminoso voltar à cena do crime.
O tratamento deste problema inclui castração, treino, condicionamento, compreensão das fontes de ansiedade, terapia hormonal. Também é importante tornar os locais escolhidos menos apetecíveis limpando-os exaustivamente com produtos próprios para o efeito, como compostos enzimáticos.
Existem vários estudos que concluem que a castração, embora não sendo eficaz em 100% dos casos, é um bom ponto de partida para o tratamento da marcação de território com urina, já que mais de metade dos cães perde este hábito depois de castrado ou, pelo menos, reduz significativamente a eliminação de urina.
É importante que o dono saiba onde anda o cão e o que anda a fazer para que se aperceba onde elimina a urina e em que circunstâncias. Uma coleira com um guizo pode ser uma solução. Quando o animal se aproxima de um local onde costumava urinar deve ser distraído, por exemplo, com uma brincadeira, para que deixe de associar aquele local à urina e sim ao brincar.
Muitos dos cães que marcam território podem fazê-lo por razões de ansiedade pelo que é importante ensiná-los a estarem calmos, especialmente nos locais preferidos para marcação. Dê-lhe uma ordem e faça-o aguardar pela recompensa calmamente. Estará a ensiná-lo que a calma é uma atitude compensadora.
É também necessário que o dono se aperceba de que circunstâncias levam o cão a marcar território. A presença de novos objectos, pessoas ou as visitas a lugares desconhecidos são muitas vezes razões para adoptar esta atitude. Tente, também aqui, fazer com que se distraia e recompense-o por se sentar à sua ordem ou por adoptar outra posição que não lhe permita marcar território. O importante é, mais uma vez, que deixe de relacionar estas situações com a marcação territorial e que passe a relacioná-las com outra coisa que lhe seja agradável.
Ralhar ao cão só será eficaz se este for apanhado em flagrante e de todas as vezes que marca. Mesmo assim corre o risco de ele apenas deixar de adoptar tal comportamento na sua presença continuando a marcar território quando está sozinho. A repreensão tem de ser imediata, quando ele adopta a atitude: se o cão já tiver urinado quando ralha com ele o método torna-se ineficaz. Um som forte ou uma borrifadela com citronela são motivos de alarme suficiente.
Se a causa é ansiedade, o tratamento médico pode ser eficaz embora só por si não costume apresentar grandes resultados. Consulte o seu médico veterinário mas não se esqueça de lhe levar todos os pormenores para que este possa ajudá-lo a ultrapassar este problema de forma eficaz.
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