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A mania dos pequenos se meterem com os grandes

14.9.12
Gentileza Patas&Focinhos Fotografia
Comportamento| Quem nos acompanha no Facebook, sabe que andamos pela Exposição Canina e Felina Internacional de Aveiro. Um dos meus principais medos era que o Lucas passasse as benditas horas a ladrar a matulões com o triplo do tamanho dele. Noutros convívios que temos frequentado, esse é o ritual. Ladra a grandes, pequenos e médios. Não faz distinção nem apresenta o mínimo medo. Depois de um bocado de tempo entre eles até acalma. No domingo, o meu Lucas era o cão mais bem comportado que alguma vez tinha visto. Troteava por entre os transeuntes, deixava que o cheirassem, que o mimassem e não ladrava a nenhum cãozinho ou canzarrão (incrível!). Será que o rapaz afinal está a ganhar juízo?

Não existem dúvidas que muitos dos cães de raça pequena têm um feitio um tanto ou quanto especial, outros até mesmo mau feitio (vejamos nos humanos!). A culpa é dos donos, que por acharem o cão tão fofinho e pequenito, chegam a permitir tudo o que o pequeno diabinho reclama. 

O facto de cães pequenos ladrarem aos grandes não significa que não têm medo. Umas vezes é por medo. Outras para se imporem, para mostrarem que são da mesma espécie. Estes pequenos barulhentos acham-se intocáveis e tão poderosos como os cães de maior tamanho. Imaginemos a seguinte situação: um cão pequeno da sua varanda vê um cão grande passar, ladra-lhe ferozmente. O cão grande ao passar e andar, induz a ideia no pequeno de que o seu latido foi tão forte que conseguiu que o outro circulasse. Isto só o deixa mais presunçoso das suas capacidades. O tempo passa, e o pequeno já se acha um Mastiff e ai de quem lhe faça frente. A tendência de levar os cães pequenos ao colo é muita e isso contribui para que ele veja o mundo de uma perspectiva mais alta. Se estão habituados a olhar para baixo na maioria do tempo é fácil de sonhar que se é gigante.

Isto tudo pode ser encarado com bom humor e com a maior ligeireza, contudo devo alertar que nem todo o cão se segura quando outro se vira a ele a ladrar. Tudo tem um limite e o seu verdadeiro momento.  Os donos dos pequenos diabretes têm de saber que desde cedo não devem permitir ou até encorajar a estes comportamentos.  Os cães, em tenra idade, devem socializar com outros cães, de preferência junto de  um profissional com capacidade de treinar e ensinar o cão. Não deixe o seu fanfarrão meter-se como todos os gigantes que lhe passam à frente. Um dia calha-lhe a Páscoa ao sábado e certamente não iremos gostar do resultado.
1 comentário on "A mania dos pequenos se meterem com os grandes"
  1. Estas tuas últimas frases estão um show... vou citar.. "Não deixe o seu fanfarrão meter-se como todos os gigantes que lhe passam à frente. Um dia calha-lhe a Páscoa ao sábado e certamente não iremos gostar do resultado."

    Essa expressão do "calhar a Páscoa ao Sábado" eu simplesmente adorei... hahahahaha... agora vamos trocar por termos caninos.. não tem mal nenhum um fanfarrão pequeno encontrar um cão maior desde que esse cão maior tenha boa tolerância à presença de outros cães numa curta distância (isso nem sempre acontece, só cães bem sociabilizados é que não reagem) e de igual modo, que esse mesmo cão tenha boa inibição de mordida (e aqui é que a porca torce o rabo.. lol) pois as consequências variam entre um simples chega pra lá ou podem terminar numa fatalidade.
    Como é que sabemos que tipo de cão vamos encontrar na rua? Não sabemos... é simples.

    Regra de ouro ensinada pelo Dr. Ian Dunbar no seu seminário.. ensinar o cão a "ignorar os outros cães e a sentar ou deitar cada vez que avista um cão na rua". Nunca se deve forçar os cães a conhecerem-se porque nós não conhecemos o outro cão e é nosso dever proteger o nosso.
    Os cães devem conhecer-se em ambiente controlado, nomeadamente, no nosso grupo de amigos ou em aulas de adestramento que providenciem uma boa sociabilização.

    Saudações caninas,

    André Moreiras
    Passos Caninos

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