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Pet Sitting: Como escolher o profissional ideal

24.9.12
Exclusivo| Ter uma pessoa sempre disponível para passear. Esta pode ser a maior ambição de um cão e uma solução para os donos que não possuem grande disponibilidade para fazer o merecido passeio. Referimo-nos assim ao dogwalking. O pet sitting vai mais além. Só na cidade de Lisboa existem dezenas de empresas, que oferecem este tipo de serviço: umas com muita experiência, outras nem tanto.

"Para ser pet sitter gostar de animais não chega, é preciso conhecê-los, já que tomar conta de animais de outras pessoas consiste numa enorme responsabilidade. Pode haver quem lhe apoie e lhe faça pet sitting durante a sua ausência, mas na escolha de um pet sitter é importante perceber se a pessoa é qualificada para fazer pet sitting ao nosso animal de estimação", lembra Míriam Bettencourt, responsável pelo projecto Trela e Companhia, Pet Sitting e Dog Walking.

Afinal, o que é preciso para se ser um profissional desta área? O que podemos esperar de um pet sitter? Conversamos com Míriam Bettencourt e procuramos trazer informações que possam ser valiosas na hora de escolher o Pet Sitter ideal para o seu peludinho. 
Pickles num dos seus passeios com a sua pet sitter
Gentileza da Trela e Companhia
O Mundo do Lucas: Em que consiste o Pet Sitting?
Míriam Bettencourt: O Serviço de Pet Sitting consiste numa deslocação previamente combinada, feita por um pet sitter, a casa dos donos durante a sua ausência, para cuidar dos seus animais de estimação. Desta forma, o seu animal de estimação não sai de casa para ficar num lugar que ele não conhece (como um hotel ou casa de um familiar), evitando assim o stress da viagem, a estranheza do local e dos respectivos cheiros desconhecidos. O Pet Sitting pode ser uma boa opção para alguns animais, menos traumatizante para os que não gostam de sair do seu espaço, tornando-se mais cómodo para os donos. Assim sendo, consegue-se garantir a comodidade da rotina do seu animal de estimação, nos locais onde ele está habituado a estar, comer, dormir e no caso dos cães, a passear. 

Um pet sitter é muito mais que uma pessoa que vai lá a casa ver dos seus animais de estimação, dar de comer e trocar água. É alguém que passa tempo com o seu animal e que está atento as suas necessidades. Para além de cuidar da alimentação e limpeza do animal, proporciona momentos de exercício, como: passeios à rua, no caso dos cães, brincadeira e interacção. Estes momentos são importantes, quer para nível físico, quer para uma boa estimulação mental dos animais. Lembre-se que os "amiguinhos peludos" que temos em casa são seres sociais que necessitam, gostam e procuram interacção com os humanos. As brincadeiras permitem que após uma visita bem entretida o animal fique descansado e, eventualmente cansado e pronto para dormir uma boa sesta. As visitas de pet sitting entretêm, tranquilizam e animam os animais durante a ausência do dono. Rapidamente eles entendem quem é aquela pessoa "porreira" que aparece lá a casa quando o dono não está só para lhes dar atenção, mimos e cuidar deles. 

O Mundo do Lucas: Que cuidados uma pessoa deve tomar antes de contratar um profissional?
Míriam Bettencourt: Nos Estados Unidos da América existem entidades como a National Association of Professional Pet Sitters ou a Pet Sitters International, no entanto, em Portugal não existe nenhuma entidade que possa orientar os donos na escolha de um pet sitter. Ficam algumas dicas: 
  • se não for uma situação que surja de forma imprevista e que precise apoio com urgência a primeira sugestão é: escolha com tempo; 
  • procure na internet, fale com o veterinário, pergunte na sua pet shop ou a amigos que já possam ter referências; 
  • dos contactos que conseguir avalie a informação que disponibilizam sobre o trabalho que fazem; 
  • envie um email ou telefone para saber mais informações; 
  • entreviste aqueles que gostar mais. É importante verificar de entre os pet sitters aquele que se identifica mais e acha mais adequado ao perfil do seu cão/gato. Se tem dúvidas se o pet sitter tem estrutura física para passear o seu cão de 40kgs, mas talvez seria perfeito para cuidar dos seus gatos...Faça um "test-drive"! Dê-lhe a trela para a mão e façam o passeio do costume para ver como corre; 
  • aproveite o passeio e continue a entrevista: porque é pet sitter, que experiência tem com animais, parece-lhe interessado pela área ou descomprometido com o que está a fazer? 
  • durante a conversa será natural que o pet sitter queira saber mais sobre o perfil do seu animal de estimação: comportamentos em casa e na rua, como lida com pessoas, estranhos, crianças, outros animais. Se tem medos ou reacções em determinadas situações. Qual a sua condição física, se inspira alguns cuidados especiais ou se tem de tomar medicação. Todas estas perguntas serão importantes para conhecer e saber como lidar com o animal que poderá ficar ao seu cuidado. 
  • verifique se o pet sitter tira notas. Se o dono estiver do outro lado do mundo, noutro fuso horário e sem rede no telemóvel não vai conseguir atender uma chamada para esclarecer alguma questão. 
  • verifique se o pet sitter garante a sua substituição caso aconteça algum imprevisto ou fique doente. 
  • pergunte se está associado a algum veterinário caso seja necessário, caso o seu veterinário não esteja disponível. 
  • pergunte como costuma realizar os pet sittings, quanto dura, como faz as coisas. 
  • tem referências de outros clientes que possa disponibilizar? 
  • de que forma apresenta valores? entende tudo o que está incluído no valor que apresenta? se tiver alguma dúvida: pergunte. Não vale a pena depois o serviço não ir ao encontro das suas expectativas. 
  • veja como é que o seu gato/cão interage com o pet sitter? há imensos donos que escolhem o pet sitter apenas depois de ver como estes se dão com os seus pets. Eles também têm opinião lá em casa. 
  • se for possível experimente uma primeira vez uma visita num dia em que esteja fora (um jantar, um casamento ou um encontro de família que dure o dia todo). Experimente depois um fim-de-semana e veja como corre. Isto não só o ajudará a ter certeza da sua escolha, como também será importante para perceber como é que o seu animal reage à sua ausência. Repare que o pet sitter não pode apontar para o calendário e explicar como se fosse uma criança que o dono chega Domingo. Por isso esta opção ajuda a que o seu cão entenda: "o dono vai embora, mas esta pessoa vem cuidar de mim....e melhor: o dono volta!" assim que os cães entendem esta dinâmica descontraem durante os pet sittings e fica mais fácil quando quiser passar mais dias fora de casa. 
  • lembre-se que o pet sitter tem de ser uma pessoa totalmente merecedora da sua confiança, uma vez que irá ter acesso à sua casa durante a sua ausência, irá ficar com as suas chaves de casa (caso não possa deixa-las num porteiro ou vizinho) . Confia-se num pet sitter como se confia num baby sitter que toma conta de um filho ou numa empregada doméstica que nos cuida da casa. 
  • de referir também que o pet sitter tem de estar a vontade com pequenas tarefas domésticas como: lavar as taças da comida, limpar xixis, cocós, vomitados e pequenos estragos que ocorram; saber trocar a areia de uma casa-de-banho; colocar as almofadas em cima do sofá e por os tapetes no sitio, ainda que muito provavelmente irão estar fora de sitio na próxima visita.
Por fim, faça também a sua parte, tenha o seu animal com identificação na coleira, chipado e com as vacinas em dia. Deixe o boletim de saúde e os contactos do veterinário que o acompanha. Deixe também contactos de emergência de familiares ou amigos que possam dar apoio numa situação que assim o exija. Fique a vontade para deixar notas, instruções, post-its.  Estabeleça com o pet sitter de que forma recebe informações e relatórios de cada visita... e aproveite as férias! 

Se tomar em atenção a estes pormenores todos estou certa que poderá desfrutar de umas férias descansado e quando voltar cheio de saudades vai encontrar um animal peludo animado e bem cuidado.
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